sábado, 15 de novembro de 2014

"Você" e um séquito



"Você" e um séquito, 
nesses tempos de retardamento
mental generalizado 

que impera no planeta,
não sabem o que estão falando,
em nome do vagabundo capital,
da vagabunda propriedade,
da piranha status social, 

repito, não sabem o que falam,
perderam a sensibilidade 

e o avião da história,
acontece

O que vale para vocês, 

é a merda do dinheiro
Tira-se diploma 

para se arrumar um melhor emprego,
acabou o sonho, acabou o ideal, acabou o país,
existe agora um bando 

de zumbis vagando,
zumbis ou robôs,
uma bosta esse mundo de vocês.

Querem um país... 

onde as pessoas são apenas número,
elementos, não seres.

Nesse lado 

que vocês estão pisando 
não há igualdade para todos,
apenas para meia dúzia

 ( edu planchêz
)

Love Endless River

 


o rio infinito querido de minha alma, 
de nossa alma inundada de rios, 
de rios, de nuvens, 
de nuvens com formatos de leões marinhos
Que saudade do ventre de minha magma mãe!
Em prantos ouço Endless River 
com saudade de mim mesmo;
é a minha primeira audição, 
é a minha primeira noite de lágrimas 
após a morte da minha morte,
após renascimento do renascimento 
de meu filho

o rio infinito dos que construiram 
minha alma, eu sou a alma do mundo, 
o mundo é a minha alma,
as trilhões de estrelas que me levam 
pelas ornamentais sombras

Vinde carne cor de música, 
vinde música cor de carne,
ardentes vozes de todas as vozes,
milimétricos sentidos 
que nos mantém nas passadas
dos vindouros anos,
das cristais flores 
 
Endless River sem palavras
Endless River de toda a sorte 
de camadas de luzes azuis 
vermelhas verdes amarelas lilázes...
luzes de Londres, luzes da Dinamarca,
do Brasil, de Albarã e Prussia,
dos avião agora de gelo e prata

( edu planchêz )

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Se falo contigo, me procure imediatamente



Minha vontade 
de nunca querer ser tudo,
me tranca numa caixa de vento,
nas páginas da carta do amor extremo,
na casa da Aranha-mãe


Como deve ser 
meu próximo amor,
digo aos olhos 

que tudo vê,
ouvindo as canções 

que meus avós ouviam

Mais que séculos, anos,
meses, dias, 

horas, segundos...

Love New,
das muitas letras,
palavras e pronúncias,
de todas as línguas 

e sotaques,
seja você quem for,
mas que seja você 

o meu amor exato
Se falo contigo,
me procure imediatamente.


( edu planchêz )

06:56






eu sou liláz,
por dentro sem cor,
para que me pintes
do jeito que quiseres 


( edu planchêz )

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

ESCREVER








Tenho que continuar escrevendo, 
impossível parar,
impossível não rascunhar 

o que você está lendo agora
por dentro dessa noite dia,
por dentro da sonora memória

São letras símbolos, 
raízes nascidas na tinta grafite,
no teclado da Olivetti, 

nas caras do notebook,
nas androides mãos tuas, 

nas cavernas paredes
do meu sexo


A palavra rosa e a palavra azul,
Lô e Cartola,
Elís para o sempre navelouca armageddon
entre minhas tranças,
dentro da oca de nossas vocais cordas
de aço


Entenda, não entenda,
desenrole o cérebro na carretilha
da máquina de fazer cinema,
na máquina que move os pés e os aviões

E eu, que não pare de escrever,
sob o pretexto de arcar com as despesas
que fizeste para ergueres Brasília
e a Urbana Legião


( edu planchêz )

Antônio Maria




O poeta trovador Antônio Maria,
é a valsa dessa cidade; 
é ele,Imperador imbatível,
sentado do meu lado,
ao lado dos que amam 
os choros e as risadas do mar

Na rua do imperador,
na rua das imperatrizes 
amantes do Imperador 
Antônio Maria 

( edu planchêz )

domingo, 9 de novembro de 2014

Amores




A lua exposta está, 
nos bordados de nuvens e estrelas
e eu que não tenho ninguém, 
tenho essa lua;
você poderia ser ela, 
enquanto sou você 
e todos os amores que se foram,
e os que hão de vir 

( edu planchêz )

ESTRANHAS





 Luiza Garro, disse, 
"Eduzinho, pare de lamentar 
e escreva um romance 
e o chame de Mulher"
Luiza, romance é a minha existência, 
e ao escrever, 
só escrevo comestíveis poemas, 
que são carta líquidas, 
rabiscos primários, 
arpejos musicais, 
estranhas tentativas de acionar um algo 
dentro de mim, dentro de você, 
dentro imparcialidade das flores e dos frutos

     ( edu planchêz )

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

PENSANDO




Quisera poesia, 
nesse agora, chorar, 
está tudo tão travado aqui, 
e esses fios desencapados, 
e essas cordas 
de sentimentos que-bra-dos...

Fio de luz azul, fio de luz azul...
que me trouxe para essa esfera 
de morte e vida, de vida e vida 
Fio de luz azul! 

Os meus lares, os meus pares, 
as firmes consciências do que sou 
e do que não sou, 
as trêmulas consciências 
do que não percebo, 
do que não vejo

Esse poema não é o fim, 
e é o fim, 
a frase que dormita nos calices, 
nas águas de minha própria beleza, 
de minha sagrada feiura 

Se até agora ainda não disse tudo, 
também não disse nada


( edu planchêz )

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

eu, Helena e Melissa




Helena queria nadar até a África, 
Melissa prefere as árvores...
Até onde olhos alcançam, 
as duas crianças, 
ordenam aos ventos, 
que movam-se 
entre os maços de bambus, ventarolas e arlequins 
munidos de pêssegos e goiabas

Meu caminho, 
são essas crianças, 
os caprichos do vento 
e a tua mão 

Helena voa num navio,
Melissa conta as sementes
e os grãos de areia

Antônio Eduardo para o sempre 
no véu das aparições,
nos dilúvios efêmeros das flores

No Reino eterno 
do tudo que brinca,
estão os pardais 
e as cidades, e as cidades,
e as cidades...
eu, Helena e Melissa 

( edu planchêz )

Estrelas do muito antes





O maior de todos os poetas 
que sou eu mesmo ( e você )
ao beijar os pés 
de Jorge Luiz Borges,
os mais de quinhentos desenhos riscados por Diego El Khouri 
nas lâminas 
do magnifico estrondo do choque 
de meu pensamento com o pensar
de todos que pensam,
desata com as unhas 
os fios de aço,
o laço do medo, 
a fúria dos que se enfurecem 
em nome de algo coberto de sol

Em nome de algo coberto de sol,
dedilho a lira, 
e clamo a Orfeu que também o faça

Sobre carroças de ouro e sal,
correm esse versos, 
corre a terra,
as Antares estrelas,
o novelo dos muitos sentidos

E você amorosa Cigana, dança,
expondo os seios, 
expondo a métrica e a simetria
do corpo que dança
contemplado por Nijinsky

Estrelas do futuro,
estrelas do muito antes,
estrelas... 

( edu planchêz )


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

É muito bom estar aqui e agora no centro do meu Rio de Janeiro




 ( Para Aloyzito )

É muito bom estar aqui e agora 
no centro do meu Rio de Janeiro...
na Copacabana atlética 
sublime pátria de amigos, 
de ornamentais sonatas...
por outros ângulos, 
vejo e revejo o Brasil, 
planta dourada emergida nas espumas 
de brancas bolhas, 
sim, minha pátria, 
esse teu filho, 
esses vossos filhos...
Nem fome, nem sede, 
nada de país dividido, 
nenhum ódio rasgará o teu horizonte, 
a pele de meus irmãos e irmãs

   ( edu planchêz )

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Walt Whitman gostava de ouvir...



"Walt Whitman gostava de ouvir 
sua avó Van Velson, 
contar a história do velho 
Salt Kossabone, seu tataravô, 
que contumava sentar-se 
em sua imensa cadeira de braços, 
perto da janela, 
em sua casa da colina, 
quando já era velho demais 
para navegar..."

E quantas navegações faço 
com o velho Whitman, 
pelos charcos da Nova Guiné 
de meus sonhos tri alucinados?

Esses nossos aliados que andaram 
pelo Arizona 
e por Aparecida de Goiania,
arriscando todas as fichas 
numa iluminada...
"procissão de suicidas"
viajando nos porões 
de uma garrafa cheia de versos 
por demais amargos, 
por demais encravados 
nos pintas do cogumelo 
da "bomba de estrelas"?

Walt Whitman gostava de ouvir 
nossas irmãs Sarah El Khouri 
e Ana Lúcia Planchêz 
fumarem os pêlos da vagina, 
e os pêlo do monstro 
comedor de letras e cus
que mora nas lanternas
dos que não nasceram 
para a mordaça

Diego El Khori, 
me identifico com você 
e o com o Joka Faria 
+ o Ivan Silva
por sermos poetas devotos 
do sonambulismo das aranhas escrotas de tanto foderem 
aranhas escrotas

Me mostraste os estraçalhados versos do Sabotagem
numa noite de muita maconha,
de várias punhetas,
de necas de doses de mescalina,
sem nenhum botão 
espinhoso de peiote
para mascarmos diante do fim 
do mundo nada eletrificado
dos que nada pensam
porque nunca foderam com a poesia
pica das galáxias 

E esses merdas obsecados 
por mentira e poder...( que sifu)
na real, nos sirva (você) 
um morrão de ouro
( assim se dizia na Bahia 
do poetáço Valente Junior), 
desses que você 
(Diego El Khouri Plural)
guarda nas dobras do brusão
de couro de buceta

     ( edu planchêz )

domingo, 19 de outubro de 2014

Se quiser, me chame de Alexandre


     (  À Dilma )

Enormes monolitos,
desmoronam sobre os ângulos 
do meu habitat,
me contorço, dou gritos, 
ouço gritos;
são pedras das praias de meu estradar atômico,
de tudo que contesto 

e contestarei

Raios mais que elétricos,
mais que vermelhos correm
e com eles, 
a desejada chuva

Lindos relâmpagos,
coriscos de toda sorte
maravilham minha alpina visão,
nada é capaz 
de me arrancar do peito,
o poder bravio 
do nunca me entregar,
do nunca permitir que as armas...
dos que mentem,
se tornem vitoriosas,
pois, sou o General dos Generais.
se quiser, 
me chame de Alexandre.

( edu planchêz )

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Anjo de ouro azul



 Anjo de ouro azul, poesia de chuva 
que me abraçou nesse 08/10/ 2014, 
obrigado por tanta beleza, 
por tanta doçura e cumpricidade

Os oito mil ventos vindos da prata das luzes
de nossos corações movidos a soluços, 
estão ai em tua casa, 
nos pensamentos que ora tenho,
nos pensamentos que ora tens

E me vou pelos dias de Libra, 
pelos vindouros dias de escorpião, 
dias nossos, 25, 26...

Nasce aqui uma aliança, um elo,
um magnífico cenário: eu e você,
a história que escreveremos 
com os nossos corpos no corpo do mundo

Sou das palavras um artíficie,
um que move roldanas de pétalas
com cordas de puro perfume

Que poeta é esse?
Que mulher é essa?

Fios dourados se esticam
para que neles andemos
cobertos de beijos

O último romântico, o único romântico,
as plumas que nos cobrem durante o sono,
a água que nos lava ao acordar

Essa mulher, esse homem,
essa Malu Magalhães do meu agora...
ei de pular, dar saltos, morder bandeiras
rubro-negras, azul-douradas,
bandeiras carmins...

E eu amo, 
não importa que seja somente eu 
que se agite nesse som, nessa música...
mas que ambas as voltagens, 
ou polos se encontrem em duas únicas bocas

    ( edu planchêz )

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

TIGELA




Grandes poemas foram escritos,
isso aqui não é um grande poema,
apenas uma...porta,(?)

o Menestrel...Vento?

Preso a nada,
ligado a tudo,
assim penso,
assim contra e a favor
do que tinge minha face,
os ventos prosseguem
alisando os que se aventuram
aos ventos


Dizei, homo sapiens que há em mim,
o prazer de orbitar no escuro

De Mali, se erga dos charcos,
as salamandras,
das pedras, as figuras,
o de sempre,
o de nunca,
o matrimônio
que meu ventre sempre experimenta


Que seja, esse, 
o artigo exposto na vitrine,
a tigela que caiba nossa janta


Alvaro de Campos,
o Oriente do Oriente do Oriente,
o Oriente...
 

Um minúsculo louva-a-deus,
esteve cá na branca meia,
esteve ele na chuva,
voltaste por minhas mãos a ela

E na nova noite de sono,
me gusta de sob o canto dos sapos,
reunir-me com outros reinos
mergulhados na salmoura,
há de vir de cada criatura
do cloreto de sódio,
o desenho que todos procuram


( edu planchêz ) 
 Itaipú, RJ, 01-10-2014